10/04/2021

A TODAS AS FORMIGAS QUE EU MATEI

Acordar cedo e reformar o mundo: é o desejo de muitos.

Encontrar um mundo pronto e acabado: eis o desejo.
Nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário: é você?
Conseguiu ser o que queria quando era projeto de gente, naquele não tão distante mundo infantil? Decepção ou orgulho? Está contente? E a criança que era você? Será que ela está (estaria) feliz no happy day atual, agradecendo e sorrindo à toa a você pelo futuro proporcionado? Ou estaria muito pê da vida porque você abandonou/fugiu/se desguiou do que prometeu a ela (a você)?
Será que os sonhos vão e voltam pra cobrar? Feito encosto. Se for assim, eles podem puxar a ponta dos seus dedos para um precipício. Não é bom duvidar que as intenções daquela criança que era uma de nós possam estar por aí, feito almas penadas, esperando sossego. O quê?! Você se livrou dos sonhos daquela criancinha (que era você) embaixo do tapete? Atrás de um esquecimento? Da falta de tempo? Num amor de carnaval na ilha de Mosqueiro? Numa vida produtiva/confortável? Ou num lance de ilusão...? Se sim, recorra a uma graça. É...!!! Existe o perdão. Tudo bem... Não custa nada recorrer a uma absolvição. Afinal, as religiões inventaram essa tecnologia para isso mesmo.
Porém, se você encarna o tipo de criança que não perdoa, está fu..., quer dizer, está no tempo de pagar o tributo à criança teimosa que é você. Ela, com o sonho colorido entre os dentes, pode reaparecer no meio do expediente da sua vida normal, sabia? Pode tirar você pra dançar e sussurrar no seu ouvido...
Pode ser também que a sua criança retorne para agradecer; para afastar a sua figura de gente grande do mesmo precipício do parágrafo passado.
Agora, se você é o tipo de gente que não prometeu nem promete nada a você, esquece tudo o que leu.